O velocista Noah Lyles gerou um verdadeiro debate sobre o uso do termo “campeão mundial”, ao criticar a NBA. Entenda a disputa que foi parar nos Jogos Olímpicos de Paris 2024.

Em 2023, uma simples pergunta de Noah Lyles, velocista norte-americano, desencadeou uma verdadeira polêmica no mundo do esporte. Durante uma entrevista, Lyles questionou a forma como os jogadores da NBA se autointitulam “campeões do mundo” após vencerem o título da liga norte-americana.
“Campeões mundiais do quê? Dos Estados Unidos? Não me leve a mal, eu amo os EUA, mas não somos o mundo”, disse ele, sem poupar as críticas, em uma declaração que rapidamente ganhou repercussão.
A provocação, embora direcionada aos jogadores da NBA, abriu um debate sobre o significado de “campeão mundial”.
Entenda as críticas de Lyles à NBA
Lyles comparou a sua modalidade, o atletismo, com a liga de basquete, afirmando que no Mundial de Atletismo, representando países do mundo todo, sim, ele e seus colegas realmente competem pelo título global.
Na NBA, argumentou, não há essa diversidade, pois a competição envolve apenas equipes dos Estados Unidos, sem presença de outras nações.
A crítica de Lyles não passou despercebida. Vários atletas da NBA, incluindo Kevin Durant, Damian Lillard e Devin Booker, se manifestaram contra a fala do velocista, defendendo o valor e a relevância do título da liga americana.
E, de fato, para muitos, a NBA é uma vitrine global, com atletas de várias nacionalidades competindo, mas sem a abrangência de uma competição internacional, como um Mundial de Atletismo ou os Jogos Olímpicos.

Resposta da Dream Team: A virada histórica e a resposta nas redes sociais
Em 2024, os reflexos da polêmica continuaram, chegando até os Jogos Olímpicos de Paris. Noah Lyles, que era um dos favoritos para as provas de atletismo, não teve o desempenho esperado.
Após conquistar o bronze nos 200m rasos, viu a equipe de basquete dos Estados Unidos, conhecida como Dream Team, fazer história com uma virada memorável nas semifinais contra a Sérvia. Na final, o Dream Team, composto por estrelas da NBA, levou o ouro olímpico, e o desfecho foi utilizado para responder diretamente à provocação de Lyles.
A USA Basketball, associação responsável pelo basquete nos Estados Unidos, postou uma foto dos atletas com a medalha de ouro, acompanhada de uma pergunta provocativa: “Somos os campeões do mundo agora?”
A publicação gerou reações intensas, mostrando como a polêmica havia ganhado contornos ainda mais agudos entre as duas modalidades. Lyles, que havia sido um alvo de críticas por parte dos fãs de basquete, viu o time de basquete dos EUA reagir de forma assertiva, aproveitando a vitória olímpica como uma resposta direta às suas palavras.
Lyles no topo, mas com margem apertada: A vitória nos 100m rasos
No entanto, o destino reservou a Noah Lyles uma reviravolta. Após a polêmica e a resposta da NBA, o velocista norte-americano voltou a brilhar em Paris. Na final dos 100m rasos, ele conquistou o ouro com um tempo impressionante de 9s784, apenas cinco milésimos de segundo à frente do jamaicano Kishane Thompson, que completou a prova em 9s789.
A disputa acirrada e o desempenho de Lyles mostraram que, apesar da controvérsia, ele continua sendo uma das maiores forças do atletismo mundial. E, embora a pergunta sobre os “campeões do mundo” ainda pairasse no ar, Lyles provou mais uma vez sua superioridade nas pistas, garantindo seu lugar de destaque.
Porém, a NBA e seu título olímpico continuam a ser um símbolo de orgulho nacional para os Estados Unidos.

O que restou da polêmica?
A troca de farpas entre os dois mundos do esporte – basquete e atletismo – foi marcada por provocações. Por outro lado, essa polêmica também refletiu o orgulho de ambas as partes em serem reconhecidas como as melhores em suas respectivas modalidades.
Enquanto a polêmica segue alimentando debates, uma coisa é certa: o esporte, tanto no basquete quanto no atletismo, segue encantando e provocando emoções intensas, dentro e fora das quadras e pistas.
A discussão sobre os verdadeiros “campeões mundiais” talvez nunca tenha uma resposta única, mas, certamente, ela nos lembra do poder da rivalidade e da paixão pelo esporte.
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