Confira o balanço do UFC 206 na Esfera, que incorporou elementos tecnológicos nunca antes usados nos eventos esportivos
O UFC 306 trouxe uma proposta inovadora ao levar o evento para a Esfera, uma casa de eventos de alta tecnologia em Las Vegas. O local, com sua estrutura de 160 mil metros quadrados de LED, transformou a noite em uma experiência visual única.
Foram feitas projeções de imagens imersivas entre as lutas, que variaram desde ruínas astecas iluminadas por tochas a cenas do Dia dos Mortos, com flores caindo do céu. Essas transições ajudaram a manter o público engajado, oferecendo um espetáculo visual que, em alguns momentos, roubou a cena dos próprios combates.
Lutas principais sem brilho extraordinário
Na luta principal, Merab Dvalishvili superou Sean O’Malley com uma performance meticulosa, usando seu grappling para conquistar o cinturão dos galos. Embora eficiente, a luta não entregou a ação explosiva que muitos fãs esperavam, especialmente em um evento tão badalado.
Já no co-main event, Valentina Shevchenko reconquistou o título de peso-mosca feminino ao derrotar Alexa Grasso por decisão unânime, em um combate que, apesar de tático, também deixou a desejar em termos de entretenimento. Ambas as lutas, embora importantes, não entrarão para a lista de grandes momentos do UFC.
Enquanto os embates principais podem ter sido mais contidos, o card preliminar ofereceu momentos emocionantes. Destaque para a vitória de Esteban Ribovics sobre Daniel Zellhuber e a reviravolta de Ronaldo Rodriguez contra Ode Osbourne, que proporcionaram os melhores momentos da noite e levantaram o público presente na Esfera.
A magia da Esfera e suas limitações
Embora a tecnologia da Esfera tenha sido um diferencial impressionante, sua utilização não foi constante. Durante as primeiras horas, o local parecia mais um “protetor de tela” gigante, deixando a sensação de que a UFC poderia ter utilizado todo o seu potencial desde o início.
Quando finalmente ativada, a imersão visual oferecida pelo espaço mostrou o seu poder, com uma capacidade de imersão incomparável, segundo depoimentos de fãs presente. Porém, se há algo a ser melhorado, podemos dizer que o UFC ainda precisa entender como alinhar narrativas visuais de forma mais coesa.
Para alguns espectadores, tentativa de conectar vídeos que remetiam à história dos esportes de combate mexicanos, por exemplo, tornou-se confusa em certos momentos, parecendo mais uma colcha de retalhos do que uma história contínua.
Reflexões finais e lições para o futuro
O UFC 306 na Esfera foi, sem dúvida, um experimento ousado para a organização. Se a promessa de Dana White de entregar “o maior show de esportes de combate ao vivo já visto” foi cumprida ou não, é questão de debate.
Mas o evento certamente serviu para mostrar novas possibilidades de apresentação das lutas, lembrando que há diversas formas de se explorar o espetáculo do MMA. Às vezes, é necessário sair da zona de conforto, mesmo que há ainda haja alguns ajuste a serem feitos.
Quem sabe o UFC não decide replicar essa fórmula em novos locais, ajustando o que funcionou e corrigindo o que pode ser melhorado?
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