Fortune Tiger, sucesso no Brasil, esconde riscos e fraudes que afetam jogadores desavisados.
O Jogo do Tigrinho (Fortune Tiger) se tornou uma febre entre os brasileiros, mas, por trás de sua popularidade, esconde um problema sério: ele é ilegal no Brasil. Criado pela empresa PG Soft, localizada em Malta, o jogo se apresenta como uma versão digital de caça-níquel, onde o jogador aposta e aguarda a sorte para ganhar.
Embora o jogo seja simples e atraente, com gráficos coloridos e animações, ele faz parte de um mercado muito maior, onde as perdas para os jogadores são inevitáveis no longo prazo.
Como funciona o Jogo do Tigrinho?
O jogo é fácil de entender. O jogador aciona um botão e três rolos giram, exibindo símbolos como tangerinas e potes de ouro. Caso haja um alinhamento de três símbolos idênticos, o jogador ganha dinheiro.
O jogo também oferece multiplicadores, prometendo grandes prêmios em poucas jogadas. No entanto, trata-se de um jogo de azar puro, em que o retorno ao jogador é apenas de 96,81%. Ou seja, para cada R$ 100 apostados, o jogador tende a receber R$ 96,81, considerando o retorno médio a longo prazo.
A grande atração, na realidade, está no efeito imediato: o jogador pode ganhar rápido, mas essa dinâmica é enganosa. Isso ocorre porque os jogos de caça-níqueis têm um formato baseado em geradores de números aleatórios (RNG), o que significa que não há habilidades ou estratégias que aumentem as chances de ganhar.
Golpes e fraudes com o Jogo do Tigrinho
O que mais preocupa as autoridades no Brasil, no entanto, são os golpes envolvendo o Jogo do Tigrinho. Influenciadores digitais têm sido abordados por golpistas para promover o jogo de forma enganosa. Eles são pagos para divulgar vídeos nos quais ensinariam como ganhar dinheiro ao jogar, muitas vezes alegando que o jogo está “bugado” e pagando mais do que o normal.
Após os vídeos, os seguidores são direcionados para sites falsos, onde depositam dinheiro acreditando que estão em uma plataforma legítima. No entanto, ao tentar sacar os valores, eles descobrem que não há como retirar o dinheiro.
Criminosos controlam essas plataformas e usam parte do valor para financiar novos vídeos, criando um ciclo vicioso de fraude. Esses golpes, na verdade, são versões disfarçadas de pirâmides financeiras, em que os influenciadores servem como captadores de novos jogadores para sustentar o esquema.
Embora o jogo seja oferecido por algumas plataformas de apostas legais no Brasil, ele é uma violação da lei, pois o caça-níquel permanece proibido no país. As autoridades já começam a investigar essas práticas, que devem ser mais bem regulamentadas com a chegada da nova legislação de apostas no próximo ano.
Veja como funciona o golpe.
