Estudo da PwC Estrategy& revela que as apostas esportivas vêm alterando significativamente os padrões de consumo no Brasil, com implicações econômicas e sociais.

Nos últimos anos, as apostas esportivas cresceram rapidamente no Brasil, mesmo ainda em processo de regulamentação até o final de 2023.
De acordo com o estudo “O impacto das apostas esportivas no consumo”, da PwC Strategy& do Brasil, o volume de apostas atingiu entre R$ 60 e 100 bilhões em 2023, mostrando um crescimento expressivo de 89% ao ano entre 2020 e 2024.
Esses números impressionantes colocam o setor de apostas como um importante influenciador no comportamento de consumo, especialmente entre as classes sociais mais baixas.
O crescimento das apostas e seu público
A pesquisa destaca que as apostas esportivas já representam 1,38% do orçamento familiar nas classes D/E, sendo 4,9% do que é gasto com alimentação e 36% em lazer e cultura.
A maior parte dos apostadores são homens jovens de classe média baixa, com 40% deles pertencendo às classes D e E. A motivação principal para apostar é o desejo de ganhar dinheiro, embora apenas 23% dos entrevistados relatem ganhos maiores que as perdas.
Esse público, majoritariamente jovem e masculino, tem encontrado nas apostas esportivas uma forma de entretenimento e uma esperança de melhorar sua situação financeira.
No entanto, a pesquisa revela que o dinheiro ganho raramente sai do ciclo das apostas: apenas 36% dos ganhadores usam seus ganhos para outros gastos, o que reforça a ideia de que grande parte do turnover permanece dentro do ecossistema das apostas.
Impactos no consumo familiar
As apostas esportivas têm gerado uma redistribuição significativa nos gastos das famílias brasileiras, especialmente entre as classes C, D e E. O estudo aponta que o dinheiro que costumava ser direcionado para poupança, bares, restaurantes, roupas e cinemas agora está sendo cada vez mais usado para apostas.
Para essas classes, a participação das apostas no orçamento familiar médio triplicou nos últimos cinco anos, enquanto nas classes D e E, o aumento foi de 4,2 vezes.
Além disso, as despesas com apostas esportivas em 2023 superaram os gastos com outras formas de entretenimento, como cinema, games, e até mesmo ingressos para jogos de futebol.
A PwC aponta que essas mudanças no comportamento de consumo podem ter impactos profundos em outras indústrias, especialmente aquelas relacionadas ao lazer e cultura, mesmo que seja difícil analisar esse setor do consumo devido à sua volatilidade e dinamismo.
Conclusão: o futuro do consumo no brasil
Com a regulamentação das apostas esportivas formalizada em 2023, o setor está posicionado para continuar seu crescimento, mas também para enfrentar desafios regulatórios que podem impactar sua atratividade.
A análise da PwC sugere que, embora o mercado brasileiro de apostas esportivas já se compare a outros mercados maduros como os EUA, ainda há um caminho significativo para percorrer, especialmente no que diz respeito ao valor per capita.
Para as famílias brasileiras, a crescente popularidade das apostas esportivas representa tanto oportunidades quanto desafios. O setor tem o potencial de reconfigurar os padrões de consumo, levando as famílias a priorizar gastos com apostas em detrimento de outras categorias essenciais.
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