Titã, a lua de Saturno, e a busca por vida: O papel da brasileira Rosaly Lopes

Pesquisas sobre a maior lua de Saturno impulsionam a missão Dragonfly, que pretende explorar suas condições habitáveis em 2028.

Titã, a maior lua de Saturno, está no centro de uma das mais ambiciosas missões espaciais planejadas pela Nasa. Considerada uma das melhores candidatas para abrigar vida fora da Terra, essa lua gelada reúne condições que intrigam cientistas há décadas: uma atmosfera densa, lagos de metano e um oceano subterrâneo de água líquida. Entre os responsáveis por desvendar os mistérios de Titã está a brasileira Rosaly Lopes, geóloga e astrônoma que trabalha há mais de 30 anos no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL).

Os estudos liderados por Rosaly sobre a geologia e a composição química da lua foram fundamentais para a criação da missão Dragonfly, que deve ser lançada em 2028. O projeto inovador enviará um drone-laboratório para explorar a superfície de Titã, investigando suas condições habitáveis e possíveis sinais de vida. Neste artigo, entenda como essa cientista carioca tem ajudado a redefinir as prioridades da exploração espacial.

Por que Titã é tão especial?

Titã chama a atenção por sua semelhança com a Terra em aspectos fundamentais, mas com diferenças intrigantes. Sua atmosfera densa permite chuvas e lagos, mas em vez de água, o líquido é composto de metano. Abaixo de uma espessa camada de gelo, acredita-se que exista um oceano subterrâneo de água líquida, o que, combinado com calor interno e material orgânico, cria um ambiente potencialmente habitável.

“Titã é fascinante porque reúne os elementos essenciais para a vida: água, calor e compostos orgânicos”, explica Rosaly.

Dados coletados pela missão Cassini, encerrada em 2017, revelaram ainda mais sobre a superfície e os processos internos da lua, como o criovulcanismo, que transporta materiais do oceano para a crosta.

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A missão Dragonfly e o futuro da exploração

A missão Dragonfly será um drone-laboratório capaz de voar pela superfície de Titã, graças à sua atmosfera mais densa que a da Terra. O equipamento recolherá amostras para análise local, investigando possíveis sinais de vida e a composição geológica da lua.

Além de Titã, outras luas prometem surpresas. Encélado, por exemplo, expele plumas de vapor d’água contendo compostos orgânicos, tornando-se outro alvo promissor. No entanto, missões a esses corpos celestes levam tempo e dependem de prioridades e recursos.

Rosaly Lopes, além de contribuir com estudos inovadores, também inspira novas gerações de cientistas, ressaltando que os dados da Nasa estão disponíveis a qualquer pesquisador interessado.

“Explorar o espaço é mais acessível hoje, basta colaborar e se dedicar aos estudos”, conclui.

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