Rachel Gunn: Entenda a polêmica da australiana que zerou no break dance em Paris 2024 

Quando a originalidade não compensa: Como Rachael Gunn conquistou Paris (ou pelo menos tentou) 

Mulher branca com camisa e calça verde e dourado, dançando breaking de ponta-cabeça, com as pernas estendidas para frente

Conhecido por sua criatividade e movimentos acrobáticos, o breaking fez sua estreia como esporte olímpico nos Jogos de Paris 2024. Durante a disputa, a australiana Rachael Gunn foi uma das competidoras mais comentadas, embora não pelos melhores motivos. Com um histórico de professora universitária e pesquisadora de cultura hip-hop em Sydney, Gunn parece ter levado sua carreira acadêmica a sério — já as habilidades como B-Girl, nem tanto. 

De “Karen no Walmart” a sensação viral 

Vestida com o agasalho verde e dourado da Austrália, Gunn subiu ao palco olímpico pronta para fazer história. Sem dúvida, isso ela fez, mas não do jeito que esperava. Seus movimentos, descritos como uma mistura de “pulo de canguru” e contorções bizarras, geraram uma enxurrada de reações nas redes sociais. Os tweets que viralizaram não foram nada generosos, comparando sua performance à de uma “Karen” perdida num Walmart, transportada diretamente para o palco das Olimpíadas. 

Mas não se engane: apesar de toda a ironia, Gunn não é uma iniciante. Com várias competições internacionais no currículo e uma tese de doutorado sobre gênero e cultura do breaking, ela estava, teoricamente, qualificada para competir em Paris. Então, como explicar a performance abaixo da média que resultou em zero pontos nas batalhas olímpicas? 

Um caminho peculiar até Paris 

Aqui começa a parte interessante: Gunn não chegou às Olimpíadas por acaso. Em uma história digna de roteiros de comédia, parece que sua entrada nas seletivas da Oceania foi facilitada por sua própria “federação” de breaking. A organização foi criada em parceria com seu marido, que curiosamente também atuou como juiz em algumas das competições. O resultado? Uma vaga olímpica que deixou muitos se perguntando como ela chegou tão longe

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É claro que a justificativa de “originalidade” foi usada para tentar explicar suas performances, mas o público e até a cantora Adele não compraram essa explicação, questionando se tudo não passava de uma grande piada. Enquanto alguns defendem que o breaking deve ser uma expressão artística, o que Gunn trouxe para o palco deixou mais dúvidas do que certezas

Recepção polarizada e a “coragem” de Rachael Gunn 

Após ser duramente criticada, Gunn defendeu seus movimentos como uma forma de arte e criatividade, afirmando que sua abordagem era sobre mostrar algo novo. Talvez ela realmente acreditasse nisso, mas o mundo não estava preparado para a sua “genialidade”

Enquanto isso, figuras da comunidade do breaking, como Martin Gilian, juiz principal das Olimpíadas, tentaram suavizar a situação, afirmando que ela estava apenas tentando ser original. No entanto, essa originalidade foi recebida com um misto de perplexidade e crítica, provando que nem sempre a arte é compreendida — ou talvez, simplesmente, não seja tão boa assim. 

O privilégio como meio de condução 

Talvez o detalhe mais impressionante dessa história seja a forma como Rachael Gunn chegou às Olimpíadas. Como uma mulher branca e bem relacionada dentro do circuito de breaking na Austrália, ela teve acesso a oportunidades que muitos outros talentos não tiveram. Sua jornada até Paris foi marcada por privilégios que a colocaram numa posição de destaque, mesmo que sua performance não tenha correspondido às expectativas. 

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No fim, Rachael Gunn pode não ter saído de Paris com uma medalha, mas com certeza deixou uma marca inesquecível. Se essa impressão foi positiva ou não, depende de quem você perguntar. Mas uma coisa é certa: ela mostrou que às vezes, ser “criativo” e ter bons contatos pode te levar mais longe do que se imaginava — só não garante pontos no placar. 

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