Com novos desafios técnicos e prazos ajustados, o retorno humano à Lua sofre mais atrasos, frustrando expectativas.
E não foi dessa vez. Quem, como eu, vem acompanhando as missões Artemis da NASA, já tinha aquele pé atrás com os prazos otimistas. Nesta quinta-feira (5), a agência confirmou que a missão Artemis 2, prevista para setembro de 2025, foi adiada para abril de 2026. Já a tão esperada Artemis 3, que promete colocar a primeira mulher e a primeira pessoa negra na Lua, só deve sair do papel em 2027.
Por que os adiamentos?
A justificativa oficial é técnica, e faz sentido. O desgaste além do esperado no escudo térmico da cápsula Orion, identificado durante a missão Artemis 1, obrigou engenheiros a reverem o projeto. E, mesmo após resolverem essa questão, novos problemas surgiram: bateria e sistemas de suporte de vida da cápsula ainda precisam de ajustes. Como disse o administrador da NASA, Bill Nelson: “O espaço é exigente”.
Acompanhe os detalhes dessa missão:
Artemis 2: um passo mais perto, mas ainda não na Lua
Vale lembrar que a Artemis 2 será apenas um voo ao redor da Lua, sem pouso. Mesmo assim, a missão tem um peso histórico: será a primeira com uma tripulação composta por uma mulher e um homem negro. É uma mensagem poderosa em um programa que pretende ser tão simbólico quanto técnico.
Já a Artemis 3, que finalmente deve pousar no solo lunar, agora só está prevista para 2027. Um atraso de mais de um ano que, apesar de frustrante, reflete a complexidade de uma missão que carrega décadas de expectativas.
Mais política do que técnica?
Por trás dos adiamentos, há também questões políticas e administrativas. Com a administração dos Estados Unidos prestes a passar por mudanças, a NASA pode sofrer alterações em sua liderança e prioridades. Jared Isaacman, bilionário e entusiasta espacial, pode assumir a agência, o que pode impactar ainda mais os prazos.
Entre atrasos e ajustes, fica a pergunta: será que a próxima geração verá a Lua com os mesmos olhos que vimos as missões Apollo? Eu espero que sim, mas com tantas mudanças, a espera parece longe de acabar.
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